sexta-feira, 28 de junho de 2013

CHEGANDO a PORTUGUAL Jairo Restrepo Rivera


REMINERALIZAÇÃO, BIOFERTILIDADE  e o MANEJO ADEQUADO DOS SOLOS 

Jairo Restrepo Rivera



Desde a década de 80 inúmeras foram as medidas alternativas que buscavam melhoria na produção de alimentos e qualidade ambiental em resposta a revolução verde e industrialização da agricultura. A procura por conhecimentos específicos, redução de custos, eficiência dos sistemas e manutenção de índices produtivos beneficiaram a indústria do capital e dos derivados do petróleo. Toda a pesquisa acadêmica passou a ser financiada por empresas privadas envolvidas direta ou indiretamente com a máquina capital do petróleo, e a independência e a soberania dos pesquisadores tornou-se um espaço de especulações.

Paralelamente, os caminhos do envenenamento progressivo e das sequelas tornam-se a cada dia mais evidentes, ao lado do empobrecimento das populações camponesas e da evasão do campo. O agronegócio assume o lugar do produtor familiar e o capital passa a mãos estrangeiras.  Ainda na dec. de 90, os resíduos de agrotóxicos na comida das crianças e adolescentes é uma evidencia e tornaram-se urgente, outras demandas. Entretanto, enquanto os países ricos exigem saúde alimentar e restrições ao uso de venenos, os países do 3º mundo passaram a ser alvo, com uma voracidade, das mesmas corporações que lançam seus produtos no mercado e os técnicos tornando–se vendedores de insumos a cada dia mais afastados da realidade e convivência com a terra. Como após tantos anos de cegueira frente à matriz tecnológica dominante iniciar processos de transição para uma agricultura saudável, livre de venenos tornou-se imperativo.

Poluição ambiental, erosão dos solos, transporte de sedimentos, fertilizantes químicos e uso de agrotóxicos contaminaram as águas, o ar e o solo. Transformando o planeta  e criando sérios problemas a humanidade, flora e fauna. Enquanto muitos pesquisadores se dedicaram a estudar formas de amenizar tais impactos, utilizando a mesma matriz tecnológica outros voltaram-se para a natureza e observando as florestas perceberam e vislumbraram respostas.   Encontrando na biodiversidade dos solos a riqueza refletida na biodiversidade da flora e fauna. Microrganismos são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica, pela fixação de N, eliminação e metabolização de resíduos de metais e agrotóxicos, ciclo dos nutrientes, produção bioativa de enzimas, hormônios, vitaminas, um complexo emaranhado de reações físico químicas, que permitem a Vida nos solos. Os microrganismos estimulados pelas secreções radiculares mobilizam nutrientes.

A concepção do desenho é um aspecto relevante no desenvolvimento de novas tecnologias que vislumbram os benefícios dos Microrganismos Nativos, considerando a procura de modelos de agricultura saudável e sustentável. A adoção de uma metodologia, que aos olhos da matriz tecnológica petroleira, é muito simples necessita de uma postura filosófica para sua implantação. Tem como eixo estrutural o respeito à vida, uma postura holística e neste contexto a riqueza microbiológica é a responsável, conjuntamente com os demais aspectos, da regeneração dos sistemas degradados  e de uma agricultura saudável.

A agricultura é uma atividade cultural que como atividade humana caracteriza-se pela intervenção no ecossistema com o objetivo de produção de alimentos. E desta forma, o agricultor busca integrar concepções agroecológicas e produtividade. Os microrganismos nativos capturados nas propriedades e multiplicados auxiliam na regeneração dos solos erodidos pelo uso indiscriminado de fertilizantes químicos, agrotóxicos e técnicas de preparo dos solos que antes de incrementar a vida esterilizam e causam grandes danos a vida do solo. A resistência a concepção da eficiência dos microrganismos nativos vem sedimentada nas crenças difundidas sobre malefícios provenientes da proliferação de fungos, bactérias, actinomicetos entre outros que são vistos como potenciais patógenos. Toda a vida no planeta sempre esteve ligada a atividade microbiológica como ressalta Lynn Margulis,,estas minúsculas unidades de vida gerando vida, transformando e transmutando elementos construindo a estrutura do solo, para alberga flora e a fauna....segue




 REMINERALIZAÇÃO e BIOFERTILIDADE 

Como ocorrem  estes processos?
Assegurar a vida e  a fertilidade dos solos é o desafio do manejo orgânico. Incrementar os processos biológicos que permitam a reciclagem contínua dos nutrientes, no lugar de introduzir fórmulas solúveis, a partir de recursos disponíveis na propriedade, remineralizamos os solos com Pó de Rocha misturada a diferentes tipos de biomassa. O pó de rocha dinamiza a atividade biológica e acelera os processos. A liberação dos nutrientes realiza-se a partir dos ácidos orgânicos produzidos pelas plantas e pelos microrganismos, logo um processo que ocorre na presença  de microrganismos.

Pó de rocha não é um insumo a ser substituído, apresenta baixa solubilidade e necessita da presença dos microrganismos para ser disponibilizado. Favorecer a liberação dos nutrientes nos ciclos biogeoquímicos utiliza-se a elaboração dos compostos tipo “bocashi” que é uma mistura de esterco de vaca fresco, biomassa disponível no lugar, pó de rocha, melaço, partes de terra. A medida que ocorrem os estágios da fermentação, ácidos orgânicos são liberados agindo e disponibilizando os nutrientes e construindo a biofertilidade dos solos. Assistam elaboração do Bocashi
Melhorar a estrutura dos solos, com a adição de compostos orgânicos, melhora o enraizamento, as plantas acessam aos nutrientes e água e atingem camadas mais profundas do solo. O solo é vivo! A vida sobre o solo é reflexo da vida do solo! Portanto melhorarmos as atividades biológicas do solo com o acréscimo de matéria orgânica e minerais ( pó de rocha)  mais microrganismos estaremos regenerando as áreas degradadas e erodidas por práticas desrespeitosas de profissionais expeditos que adotam a agricultura do insumos químicos e agrotóxicos em detrimento da saúde da vida dos agricultores e dos alimentos.  


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